quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

psora ensina


O processo da auto-degeneração parece incrível
Incrível pelo esforço em se sentir cada vez mais próximo ao lixo
Até mesmo a epiderme une-se nesta força destruidora
A união da auto-negação, fruto do medo e da falta de confiança em dar ouvidos ao Eu
Sintonizo o volume no maior decibel possível da voz dos outros.
A jurisdição da própria vida é transferida por insegurança
O anseio pela reintegração da posse de si é latente
E é lá na mente que tudo começa, e ela mente tanto
É um filtro que anestesia a realidade, e faz agir e sentir como se toda a desgraça projetada fosse real
Mas o sofrimento é real
Silenciosamente aparecem as perebas, basta uma noite de sono entorpecente, e lá estão elas
As psoras urgem, para acelerar o sinal de alerta
Sinais vermelhos por todo o corpo, não está tudo bem
Elas vociferam, brandam para o dono desse corpo
O coral psoriático cantando um musical cavernoso para que os decibeis alheios sejam silenciados
Parece que os sofrimentos criados pela mente se transpõem a pele
O corpo grita, mas é no silêncio que posso me entender, e ouvir a voz calada do interior
Ouvir o socorro, o anseio pelo respeito e amor.
Quero o amor que vem de dentro
É com essas perebas que aprendo o agora.

Um comentário:

  1. A sua pele envelopa o silêncio vagaroso do que não pode ser palavreado, só sentido. Eu amo você e sei que você também é capaz de amar. Eu acho que sua pele envelope pode ser um lindo papel de presente a ser rasgado, ou não. Se joga.

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